Cândido e os irmãos haviam construído um armazém na sua terra para ali desenvolver um negócio em volta do vinho e da vinha, e sobre ele tinha lançado uma laje ‘para o futuro’, para que mais tarde pudesse ampliar. Cândido vinha já discutindo sem sucesso com a família, inúmeras hipóteses para fazer crescer uma nova casa sobre esse armazém.
Miguel aparece através de um amigo e assume este projecto como a sua primeira obra. Num ápice esboça algumas tentativas, e num gesto rasgado, ao abrir uma janela de canto e fazer-lhe assomar uma varanda em todo o redor com vista para o vale da sua infância, deixa Cândido realizado.
A partir desse ânimo e espaço imaginado, surgiu alguma cumplicidade entre os dois, suficiente para aproximar o que a distância e a idade havia separado entre os dois.